domingo, 12 de junho de 2011

I in U

“I'm a young soul in this very strange world, hoping I could learn a bit 'bout what is true and fake. But why all this hate? Try to communicate, finding trust and love it's not so always easy to make.”/Yael Naim

[ I ]

Procurei de todas as formas reduzir e significar o que é o Amor. Amor, sentimento frágil, ocidentalmente vulnerável e desejado. Sentimento abstrato que representa dor sem ferida.

- Filha sai da internet, vai dar uma volta na rua.

Ouvi, não respondi. Levantei da cadeira, espreguicei, bocejei resmungando a mim mesma:

-Que preguiça.

Cocei a cabeça, olhei a janela : Um casal se beijando, crianças correndo atrás de uma bola, um senhor lendo um livro - nosso apartamento era de frente ao aterro do flamengo – Os observava de longe, protegida, talvez eu fizera uma analise da rua ou só olhava sem estar olhando, pois acordada estava, mas meus olhos afinal tinham que olhar para algum lugar. De trás de uma janela, com insulfilm, observava.

O céu estava aberto com algumas nuvens acinzentadas, seus espaços entre uma e outra, corava um rosa alaranjado, aparentavam caminhos, passagens de anjos, valquírias, brechas de uma trilha de compridos dragões orientais, de seres de luz que talvez jamais saberia o nome de tão divinos.

Resolvi descer, assim rápido sem pensar muito, mas com tudo planejado: sentar em um banco sentir um pouco o sol aquecendo a pele, e subir de volta.

-Vai aonde menina? –Disse minha mãe – come alguma coisa – continuou, me vendo descer as escadas.

-Mãe só vou descer e voltar rápido - respondi – batendo a porta da sala.

Passei por uma floricultura lotada as vésperas do dia dos namorados, e por isso, hoje resolvi ser autônoma e independente, me presentear, e comprei dois girassóis.

[II]

Foi quando dei por mim, sentada num banco autônoma, cheia de si com meus sentimentos, com dois girassóis ao lado no banco. Nesse momento me perguntei até que ponto esses girassóis eram importantes para mim? Girassóis são minhas flores favoritas. Até ai tudo bem, um dia eu li em algum lugar que: Amor seria aquela pessoa capaz de responder todos os seus conflitos internos, ou seja, aquele que traria todas as respostas para sua vida.

-Curioso, as respostas para os girassóis. Sorri. -Pensei.

Eu tentei por um tempo o isolamento, acreditei novamente que em me manter distante iria resolver. Estou sendo imatura não é assim que se resolvem as coisas.

-Agora vejo como sou infantil e frágil ao mesmo tempo. Dois dias foi o tempo que demorei, para ver o quão inútil foi essa clausura. Me deparo pensando em você, coisas boas, sem ressentimentos ou coisas bestas, acho que é saudade, vontade de te dar um abraço, por tanto tempo que não nos vemos, afinal gosto de você como pessoa também. E afinal é só carinho, classificado por mim por "carinho besta".

É tão difícil lidar com perdas, na verdade é difícil lidar com a carência, eu vejo meus amigos e neles percebo uma ilusória facilidade para o mundo, de lidar com pessoas, engatarem relacionamentos. É certo afirmar que existe um monte de coisas sobre mim, que você não sabe, mas precisaria saber para entender todas as vezes que fugi e voltei, e tornei a fugir. É complicado, pois todos procuramos a mesma coisa no universo, procuramos um carinho, um afeto, um relacionamento. E diante de inúmeras citações sobre o amor. Ainda acredito no dia em que escreverei aqui: - Estou feliz, e agora?

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