quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Sempre dentro de mim meu inimigo.



São meia noite e vinte.

Então eu olho a minha volta, minha cabeça está amparada no vidro. Na janela do ônibus, para ser preciso. Tudo passa diante meus olhos. Porém, eu desejo regredir, estagnar o mundo se for preciso. Eu penso na minha felicidade.

-Sua Melodia me faz ganhar forças, revigora, trás palpitações indesejadas - Começo a pensar.
-Melodia, melodia -Eu repito. Meu mp3 dessa vez programado a reproduzir músicas aleatórias, insiste em uma música em que, a mesma, já me dizia que nada iria dar certo.

-E você sabe o quanto te amo, o quanto preciso de você, me diz você sabe? (a música perde o instrumental) E suas palavras são tão cruéis comigo.
-Em contrapartida, você se importa? Se importa?

-Mas, eu mudaria por você –Eu disse a mim mesmo. A música ainda tocava - E meu coração batia lento, fiquei assim sentado, olhando em volta sem me mover; Respirava devagar, e só de pouco em pouco; ora ria baixinho lembrando-me, ora esfriava por dentro. Meu coração batia como uma confirmação. Apesar de: “O maior engano do ser humano é achar que somos capazes de mudar alguém” - A frase da minha Instrutora da Bradesco ecoou em meus pensamentos. –Mas eu mudaria para você.

-Eu mudaria por você –A música ainda tocava – E meu coração batia como uma confirmação. Só por você, só por você! -Havia momentos em que eu só prestava atenção na melodia, e outros apenas no que era dito, e consequentemente me fazia interagir. Você se arrepia?

-Eu sempre esperaria por você, eu consigo sentir isso tão claro.

Agora são meia noite e quarenta e sete.


(...)


Uma e seis da manha – Eu abaixaria a guarda se apenas “desculpa” fosse me dito, e iria te abraçar e mais nada precisaria ser dito.

“I'll always be waiting for you


(A Carlos Drummond de Andrade, O enterrado vivo)

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