segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A Personagem.

Meu título se diferi ao sentido dissertativo; Como no poema "A Palavra Seda",de João Cabral. Nele, Meu Título, Se esconde algo "De cru, de cruel, de crueza, que sob a palavra gasta persiste na coisa seda."

A mais ou menos a um mês, em um momento, triste, desolado, decepcionado com alguns amigos, reconheço que mudei. Observo também, que estava aflito e que havia um fundo de mágoa ou desespero em minha impaciência. Não Obstante, ela me apareceu, simples, com uma cara de mau humor, não conversava muito e suas palavras que consigo me lembrar de repentino eram:

-Ok, vinte minutos né?! vinte minutos! -Com um certo ar de autoridade presunçosa.

-Porra, que pessoa mal-comida -pensei

E o que surgiu para ser um encontro frio, seco foi se tornando caloroso, com trocas de carícias de duas pessoas cujo, na verdade só queriam; um carinho, um cafuné, "um cheirinho", pelo menos foi o que senti de imediato.(Espero estar sendo prudente em minhas palavras)

Como em todos os momentos especiais "O Tempo" nunca respeita o nosso espaço pequeniníssimo, mas indeterminado de tempo; instante. ele, "O Tempo", fez passar logo e deixando saudades. Ela fez questão de me deixar com meus amigos, conhece-los e com a promessa de voltar. Ela seguiu seu destino.

Dessa vez suas palavras foram:

-Vou passar na casa de uma amiga, levar um trabalho e volto pra ficar com vocês nem que seja dez minutinhos, e voltar para casa e retornar a estudar -Nesse momento, senti ternura em suas palavras.

Foi quando me recordei do livro "O Pequeno Príncipe" em uma passagem para ser exato, preciso, em que o jovem príncipe conhece uma raposa na qual, o explica o que difere uma pessoa entre mil outras.




(…)“E foi então que apareceu a raposa:
Bom Dia – disse a raposa
Bom dia – respondeu educadamente o pequeno príncipe que, olhando a sua volta, nada viu. (…)
Vem brincar comigo – propôs ele – Estou tão triste….
- eu não posso brincar contigo – disse a raposa- Não me cativaram ainda.
- Ah ! Desculpa – disse o principezinho
Mas, após refletir, acrescentou:
- Que quer dizer “cativar”?
- Tu não és daqui – disse a raposa – Que procuras?
- Procuro os homens – disse o pequeno príncipe – Que quer dizer “cativar” ?
- Os homens – disse a raposa – têm fuzis e caçam. É assustador ! Criam galinhas também. É a única coisa que fazem de interessante. Tu procuras galinhas?
- Não – disse o príncipe – eu procuro amigos. Que quer dizer “cativar”?
- É algo quase sempre esquecido – disse a raposa – Significa “criar laços”…
- Crias laços…
- Exatamente – disse a raposa – Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo…..
- Começo a compreender – disse o pequeno príncipe – Existe uma flor…eu creio que ela me cativou …
- É possível – disse a raposa – Vê-se tanta coisa na Terra….
(….)
Mas a raposa retomou o raciocínio.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens também. E isso me incomoda um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. Os teus me chamarão para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim não vale nada. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos dourados. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará com que eu me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo….

[...]

- O que é preciso fazer? Perguntou o pequeno príncipe
- É preciso ser paciente – respondeu a raposa – Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada… A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia sentarás um pouco mais perto…
No dia seguinte o príncipe voltou.
- Teria sido melhor se voltasse à mesma hora – disse a raposa – se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três começarei a ser feliz! Quanto mais a hora for chegando, mais me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade!
Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar meu coração…É preciso que haja um ritual.
- Que é um ritual? Perguntou o princepezinho?
- É uma coisa muito esquecida também – disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora das outras horas.”



Já tinha mencionado, a mesma, que queria dar o livro a ela, cujo era um dos seus livros favoritos. Pois bem, agora você sabe que a ideia é desdo primeiro dia que te conheci.

Enfim, partimos eu e mais dois amigos a um bar sentei-me numa cadeira e ali fiquei por muito tempo. Meus amigos ao lado conversando, rindo e eu presente em outro mundo... Fiquei assim sentado, olhando em volta sem me mover; Respirava devagar, e só de pouco em pouco; ora ria baixinho lembrando-me, ora esfriava por dentro com os pensamentos de que estava feliz, de que aí estava a felicidade, leitores, estava sendo "cativado". Me tornando especial a alguém (Espero estar sendo prudente em minhas palavras [2]).


Essa minha personagem, idealizada, não com as características do romantismo, acredito que a mesma está mais com o pé no realismo, com seus defeitos que a solida humana e do mesmo tempo perfeita. Ela levou sua existência inteira a cruzar os campos da fronteira: à luz do sol, no desmaiado da lua, na escuridão das noites, na cerração das madrugadas... Ok, já entendi, estou viajando demais em minha prosa, sei lá, né?! Aventura sempre dá audiência, além do que, meu blog necessita de comentários!

Voltando ao bar, ela me ligou por volta das oito horas;

-Gatinho, tô saindo daqui agora, já tá tarde, só vou passar ora te dar um beijo.

-Ah, ok, né, mas vem sim. Respondi com um sorriso de orelha a orelha.

Contudo, ela não apareceu. Mas me ligou no dia seguinte pra me explicar o que houve. Bom? É que depois desse dia, nós nos conhecemos cada vez mais. E continuamos a nos conhecer.
Com ela, já aprendi a não querer mudar, não querer me tornar frio, desacreditado com todos. Por uma sorte do destino, aprendi essa lição sem ter entrado em um caminho sem volta, o objetivo desse tópico não é mostrar as pessoas como sei escrever meia duzia de palavrinhas bonitinhas, mas dizer que o que mais me deixa magoado, são com os amigos, não pelas pessoas que acham que eu sou o maior idiota do mundo do mundo ou a pessoa mais inteligente até esperta; depressivo, bom, quanto a isso ainda não cortei meus pulso. Povo, eu não ligo, geralmente eu prefiro escutar, gosto de ouvir teorias sobre o que eu sou, dificilmente alguém vai me ver opinando se me incomoda eu tento mudar se a critica não me acrescenta em nada, simplesmente dou gargalhadas.



-Ela? ela não tem pressa, talvez medo ou insegurança de alguém que sofreu. Se só dependesse de mim, a colocaria aos meus braços e não a deixaria ir, cuidaria de suas magoas e feridas.

A cada singela demonstração de carinho, só queria deixar registrado que nenhum deles foram ignorados ou passados desapercebidos, foram esses que me fizeram a olhar com outros olhos, de passar depois da faculdade na minha casa, só pra me dar um beijo, até ser pedido para sua irmã ter arrumado a mesa de jantar para me apresentar a ela ou ter feito tanta questão de ter conhecido meus amigos.

Meu único medo no momento é de perde-la, dela sumir da minha vida, assim do nada, do mesmo jeito em que ela surgiu. Já cresceu raizes, laços que anceio que brotem flores. E se for só amizade? Por que não?

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